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Meu DVD de mensagem!

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sábado, 19 de julho de 2008

A BÍBLIA NÃO DIZ QUE SATANÁS FOI UM ANJO DE LUZ E DEPOIS CAIU



Por Paulo de Aragão Lins


Existem no meio evangélico, ensinamentos que são transmitidos há muito, repetidos por gerações de mestres, recebidos por tradição, os quais jamais foram analisados com o cuidado necessário, à luz das Escrituras.

A tradição tem substituído o texto sagrado em muitas doutrinas. Os ensinadores, com medo de se expor, preferem repetir o que outros mais importantes falaram, dentro da esfera do “argumento de autoridade”.

E o que é argumento de autoridade? É o seguinte: se um homem é importante dentro da sua igreja ou se já fez alguns cursos de nível superior, tudo o que ele diz é considerado verdade por muitos, principalmente se tiver escrito um livro.

Costumo sempre fazer esta pergunta: “Você crê mais na Bíblia ou nos ensinamentos de sua denominação?”.

Muitos, surpresos, respondem: “E, por acaso, minha denominação ensina algo que não é ensinado pela BÍBLIA?”. Bem, prezado leitor, apesar de isto parecer quase impossível, vou lhe dizer: todas as denominações que eu conheço ensinam muitas coisas que não se encontram na santa Palavra de Deus. Foram herdadas da igreja católica, que por sua vez herdou dos mitos e narrativas do paganismo.

Não foi por acaso que um dos mais notáveis homens de Deus que já li, Ben Adam, escreveu estas palavras:

“Quando digo que, hoje em dia, para a grande massa do público professadamente religioso, a Bíblia é um livro quase que totalmente desconhecido, estou simplesmente enunciando uma verdade. O estudo da Bíblia, como meio de se procurar conhecer a vontade de Deus sobre alguma particularidade, praticamente morreu; e a leitura devocional das Escrituras sagradas, até mesmo entre os crentes evangélicos, é uma exceção, quando deveria ser a regra”.

Quando apresentamos os textos bíblicos analisados, a surpresa é maior, pois descobrem que a tradição nas igrejas tem, em muitos casos, substituído a Palavra de Deus.

Vamos analisar uma crença que veio do paganismo, foi perpetuada na literatura e nas artes, porém não é ensinada pela Palavra de Deus. Refiro-me à pretensa queda de Satanás.

O ensino tradicional é que Satanás era um anjo bom que vivia no céu, tinha a categoria de arcanjo, era regente do coral celestial, mas um dia, movido de inveja, cheio de cobiça, cheio de vaidade, resolveu insurgir-se contra a autoridade divina, moveu uma rebelião contra Deus, seduziu um grande número de anjos e foi expulso do céu.

Nesta hora houve uma catástrofe tão grande que a terra que havia sido criada por Deus, de maneira tão bela, passou a ser “sem forma e vazia”.

Também ensinam que ele estava no Éden e era perfeito, até que nele se achou iniqüidade. Ora, se sua queda só se deu no Éden, como é que ensinam que a grande catástrofe que destruiu a forma da terra se deu lá no princípio, quando ele caiu?

E se ele caiu lá no princípio da criação, como é que no Éden ele ainda era perfeito?

Outra coisa: como Satanás pôde pecar sem ser tentado? Se alguém, por acaso, o tivesse tentado não teria sido Deus, porque Deus “não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tiago 1.13).
E se alguém mais o tentou, teria que ser um tentador independente de Deus e se houvesse um tentador independente de Deus, então ele sena diabo primeiro, o primeiro Satanás.

Não é mais lógico, mais coerente, mais honesto, acreditar no que diz a Bíblia, aceitando a soberania de Deus e submetendo-se à Sua vontade? Você, leitor, está disposto a acreditar mais na Bíblia, mesmo que o que ela disser, seja diferente do que ensinam as autoridades da sua Igreja?

Antes de continuar a ler, deixe-me logo explicar uma coisa muito importante: eu não sou mórmon (aliás, detesto os erros deles), nem sou testemunha de Jeová (também detesto os erros deles), nem tenho compromisso doutrinário com qualquer denominação.

Sou apenas um crente em Jesus Cristo, estudioso das Escrituras, amigo dos pastores e pregadores, mas considerado “herético” por muitos, porque só acredito no que a Bíblia diz.

O próprio Senhor Jesus Cristo afirmou coisa muito diferente do que se ensina hoje sobre Satanás, quando afirmou: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai: ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele...” (João 8.44).

Jesus colocou este arkê (princípio) como o limite. Satanás jamais se firmou na verdade. Nem uma hora, nem um minuto, ou um segundo, Satanás firmou-se na verdade.

Então ele é o diabo desde o princípio. Deus o fez com esta finalidade, para, opondo-se ao seu plano cósmico, eterno, dar opções para os seres criados fazerem uma escolha entre o bem e o mal.

O bem e o mal são criações de Deus no plano metafísico. Se, no plano epistemológico, pragmático, ou, simplificando, na realidade terrena, vemos a tremenda oposição entre o bem e o mal, no plano metafísico ambos convergem para o cumprimento do plano eterno de Deus.

Deus transcende o bem e o mal. Ele é supremo, superior a tal esfera. Não depende das nossas medidas ou julgamentos. Isaías afirma que Deus é o próprio criador do mal. Se ele não fosse o criador do mal, teria que haver um outro Deus que o fizesse, ou então Deus teria que ser aquela entidade dualística ensinada pelo Taoísmo, Hinduísmo e outras crenças: Deus = Bem/Mal.

Veja o que diz Isaías: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, faço todas estas cousas” (Isaías 45.7).

Alguns teólogos, com medo de admitirem algo tão grande e tremendo, dizem que este texto não se refere ao mal ontológico, mas ao mal pragmático, aos males que assolam a terra. Se assim fosse Deus teria dito o seguinte: “Crio os males”.

A primeira epístola de João corrobora e esclarece ainda mais o que Jesus afirmou. Leiamos: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio” (1 João 3.8).

Agora, chegou a hora de perguntarmos pela primeira vez: você crê mais na BÍBLIA ou nos ensinamentos da tradição? Para não perder sua posição privilegiada na igreja, você prefere ensinar a mentira ou, simplesmente, esconder a verdade? Prefere ficar calado e ser uma “Maria vai com as outras”, concordando com erro, porque isto não vai lhe “queimar”?

Existe algum exegeta mágico que seja capaz de distorcer estes dois textos, procurando alguma outra explicação para o princípio?

Se foi no início da criação, ou no início da vida dele, ou no início da vida do homem, ou seja lá qual tenha sido, o fato insofismável é que quando Satanás começou a existir, já começou a pecar, porque ele já foi feito com a natureza pecaminosa, para cumprir um propósito.

Tal propósito está inserido, embutido e oculto na economia divina. Não temos qualquer senha de acesso para tal propósito.

Você questionará o Criador por causa disto? Não é melhor aceitar o fato que Deus fez o diabo com a missão específica de assolar a terra, de tentar o homem, de acusá-lo, de cumprir a ira divina sobre as pessoas, famílias e nações?

Veja o que diz um texto proferido pelo profeta Isaías: “Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo, que produz a ferramenta para a sua obra; também criei O ASSOLADOR, PARA DESTRUIR” (Isaías 54.16).

Os únicos textos usados pelos que advogam que Satanás era bonzinho, são Ezequiel 28 e Isaías 14. Também se referem à citação que Jesus faz em relação a Satanás ter caído do Céu. Vamos analisar cada um deles.

Quando Jesus enviou os setenta para realizarem a obra inicial da evangelização, eles saíram entusiasmados e voltaram mais entusiasmados ainda quando viram o resultado do trabalho realizado.

Eis o que diz Lucas: “E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lucas 10.17).

Até aquele tempo jamais um demônio havia sido expulso. Era o início de algo completamente novo. Vemos, por exemplo, casos como o de Saul, em que um espírito mau da parte do Senhor vinha atormentá-lo e Davi, tocando a harpa o aliviava, mas não se fala ali de expulsão de demônios.

Ao ser iniciada a batalha espiritual na terra para destruir as obras do diabo, Satanás, o príncipe das potestades do ar, vendo que seu império estava se desmoronando, resolveu descer até ao nível da terra.

Jesus vendo o que acontecera, usou o pretérito imperfeito do verbo e afirmou: “Eu VIA Satanás, como raio, cair do céu” (Lucas 10.18). Não existe, nesta frase de Jesus, qualquer idéia que Satanás era bom e depois tornou-se mau.

Vamos analisar, agora, alguns detalhes importantes de Ezequiel 28, o texto é mais utilizado por exegetas impacientes para tentarem provar que Satanás um dia foi bom e depois tornou-se mau.
Abra sua BÍBLIA, leia com atenção umas duas vezes, no mínimo este texto, até o versículo 19 e depois acompanhe nossa análise honesta e espiritual do texto.

A profecia de Ezequiel é eclética, mística e hermética. A profecia é contra o rei de Tiro, mas, ao mesmo tempo, há expressões que claramente se referem a outro personagem. Quem seria este outro personagem? Você aprendeu que era Satanás; mas, será que era mesmo?

No início tal personagem é apresentado cheio de vaidade e orgulho espiritual, ao ponto de querer ser igual a Deus. No versículo 9 descobrimos que, no momento que ele se apresenta como um Deus, a Palavra diz que ele é homem, e não Deus.

Ora, se ele é homem, não pode ser Satanás porque Satanás é espírito. Se não é Satanás, nem é o rei de Tiro, é alguém muito importante no plano de Deus. Quem?

Na segunda parte do texto, que vai do versículo 11 ao 19, parece que tudo muda por completo. Não podemos mais pensar neste personagem em termos do rei de Tiro. É alguém tão especial que vamos citar todo o texto:

“Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus: toda a pedra preciosa era a tua cobertura, a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro: a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci: no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti”.

Muitas mentes criativas, férteis, conseguiram interpretar este texto como referente a Satanás.
Se o texto fala de Satanás, perguntamos: o que estava ele fazendo no Éden, junto com Adão? Se ele já era mau e estava ali para fazer o homem pecar, como passou um período sendo bom, no mesmo Éden?

Se ele era querubim protetor, ou cobridor, ou guarda, como significa sua função, ou melhor a de um querubim, pois querubim é um guarda, um guardião, ele estava ali guardando o Éden contra o que, ou contra quem?

Contra outro Satanás? Aquele que o fez pecar; aquele que o tentou?

Estava guardando o Éden contra si mesmo? Se não era Satanás o querubim/guarda, quem era o guarda do Éden? A BÍBLIA sempre responde a BÍBLIA, sempre. Leiamos Gênesis 2.15: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar E O GUARDAR”.

Quem era, pois, o guarda/querubim do Éden? Adão, é claro!

Contra que ou contra quem Adão foi colocado para guardar o Éden? Contra Satanás!

Isto não aconteceu a contento, disto nós sabemos, o que acarretou toda a gama de problemas que vieram pela falta de cuidado de Adão.

E quem era o aferidor da medida? Adão, é claro. Por quê?

O que significa aferidor? “Instrumento de medição; conferido e harmonizado com o padrão; modelo; gabarito; régua; protótipo” etc.

Adão, como o primeiro homem, era o modelo para todos os demais. Como houve falha, Deus enviou outro aferidor, Jesus Cristo.

Jamais Satanás poderia ser aferidor de qualquer coisa boa dentro do plano da criação de Deus.
Nossos primeiros pais viviam nus e não sabiam, ou não viam isto, porque estavam vestidos de luz, vestidos do brilho das pedras afogueadas.

Em linguagem simbólica, não significa que estavam carregados de pedras, mas era uma luz tão bela que dificilmente poderia ser descrita por linguagem humana, o que fez o profeta descrever da maneira mais bela que ele podia.

Adão era perfeito, até que nele se achou iniqüidade.

Satanás nunca foi perfeito, porque Deus já O criou para assolar, para destruir, como instrumento de sua ira, conforme podemos constatar em dois textos paralelos do Velho Testamento.

Leiamos, em primeiro lugar, 1 Crônicas 21.1: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel”. Vemos, neste texto, que foi Satanás que incitou Davi.

Leiamos, agora, 2 Samuel 24.1: “E a ira do Senhor se tornou a acender contra Israel: e incitou Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel de Judá”.

Afinal, quem incitou a Davi? Deus ou o diabo? Digamos que foi Deus, usando seu servo negativo, Satanás. Ele é o instrumento da ira de Deus, já que Deus é amor e é imutável. Ele criou O assolador para destruir, no momento em que ele precisa usar alguém assim.

No livro de Jó, quando os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, a Bíblia diz que “veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6).

Deus dialogou com ele. Perguntou de onde ele vinha e falou sobre Jó. Deus queria provar a Jó e, como Deus não faz nada negativo, usou seu instrumento negativo e deu ordens para ele tocar nos bens e na família de Jó e, mais tarde, em seu próprio corpo.

Por que Satanás não fez isto antes, por quê?

Porque ele só faz qualquer coisa quando Deus o usa para fazê-lo. Ele não é tão autônomo, tão independente como muitos pensam e ensinam. Ele é um servo!

Veja o caso de Pedro, por exemplo. Em Lucas 22.31,32, nós lemos:

“Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”.

Veja como Satanás teve que pedir! Se ele fosse livre para tentar qualquer um, ele simplesmente tentaria sem pedir qualquer permissão.

Veja que Jesus não está falando somente sobre Pedro. Ele está falando sobre todos os apóstolos, pois diz: “vos pediu”. Está no plural. Satanás pediu todos os apóstolos. Jesus disse que iria rogar, particularmente por Pedro, porque ele ainda não era convertido em plenitude.

Jesus disse que a fé dele poderia desfalecer, já que era um homem de pequena fé (Mateus 14.31).

E não somente isto. Apesar de sua função negativa, ele é um príncipe. Não sou eu que estou dizendo, foi Jesus quem afirmou isto. Ele disse: “Agora é o juízo deste mundo: agora será expulso o príncipe deste mundo” (João 12.31). “Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (João 14.30). “E do juízo, porque o príncipe deste mundo está julgado” (João 16.11).

O apóstolo Paulo corrobora tais afirmações do Mestre em Efésios 2.2, quando o chama de “o príncipe das potestades do ar”.

É algo absurdo e infantil alguém falar de Satanás usando expressões como estas: “aquele cachorro, aquele porco, aquele imbecil, aquele nojento” etc.

Por quê?

Porque ele é um anjo de Deus, criado para fazer esta obra negativa a que Deus o designou. Isto é difícil de aceitar por muitos mas é a pura verdade.

Com isto ele não deixa de ser nosso inimigo, mas enquadrado dentro do plano magistral, eterno e infinito de Deus.

Foi por causa disto que o próprio arcanjo Miguel, comandante dos anjos guerreiros do Senhor, demonstrou respeito pela posição do outro, de Satanás, porque entendia sua função e missão.

O apóstolo Judas estava criticando pessoas que “vituperam autoridades” e, logo em seguida, afirma: “E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades. Mas o arcanjo Miguel, quando disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda” (Judas 8,9).

Vamos analisar, agora, outro texto que é usado pelos exegetas impacientes: Isaías 14, especificamente os versículos 4 a 19.

Trata-se, também, de um texto rebuscado, pesado, cheio de símbolos. É necessário lê-lo com muita atenção, dando ênfase especial a todos os contextos.

O argumento principal é retirado dos versículos 12 a 14: “Como caíste do Céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para suas casas? Mas tu és lançado de tua sepultura, como um renovo abominável, como um vestido de mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como corpo morto e pisado”.

Para começar, em todo o texto há referências a morte, sepultura, homem etc; termos que não se aplicam jamais a Satanás.

Vamos observar um importante contexto que sempre passa despercebido por muitos analistas bíblicos.

Quem está falando todas estas palavras que acabamos de citar? Deus? O profeta Isaías? Outro personagem? Quem?

Observando o contexto, ele mostra que quem está falando estas palavras são ESTES TODOS (v. 10).

Agora, perguntamos, estes todos quem?

O personagem a quem o texto se refere, possui certas características que enumeraremos a seguir:

• Um grande poder;
• Ele caiu de certo nível;
• Ele é acusado de ferir os povos com furor;
• Com a queda dele disseram que a terra descansou (se fosse a queda de Satanás, seria o contrário, pois com ela a terra ficou em polvorosa);
• O Sheol, sepultura, ou inferno, conforme é chamado o reino dos mortos no Velho Testamento foi dito que se turbou por ele, para sair ao encontro dele em sua vinda;
• Os mortos despertaram por causa dele em sua vinda;
• Despertou os príncipes ou principados;
• Fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações;
• Ele foi acusado de ter caído do céu;
• Ele foi chamado de “estrela da manhã”;
• Ele foi acusado de dizer que subiria ao céu, sendo semelhante ao Altíssimo;
• Ele morreu;
• Ele foi sepultado;
• Embora sepultado, saiu de sua sepultura, de maneira sobrenatural.

Perguntamos novamente: a quem se referem estes textos? À Satanás? Simplesmente ao rei de Babilônia?

Por que os reis das nações o acusaram de tanta coisa e disseram que ele também estava enfermo, semelhante a eles? E por que esses reis das nações estariam enfermos?

Não se trata de uma referência aos dominadores espirituais das nações, os principados e potestades que dominam sobre países, como encontramos em Daniel e outras referências?
Este personagem chamado de “estrela da manhã” e “filho da alva” é alguém tão horrível e asqueroso como Satanás? E como ele continuaria a ser chamado assim, se tivesse passado pela metamorfose de anjo de luz para anjo do mal?

Por que não entendermos que esses reis das nações estavam zangados contra alguém muito diferente de Satanás? Sim, por que não entendermos que este texto refere-se exatamente ao oposto dele: o Senhor Jesus Cristo?!

Estas palavras torcidas e de blasfêmia não partiram da boca de Deus, nem da boca do profeta, mas partiram DOS REIS DAS NAÇÕES!

Foram eles que chegaram a dizer sobre o corpo de Jesus na sepultura palavras exatas como estas: “os bichinhos debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão”.

É claro! Na sepultura esses vermes não puderam fazer outra coisa senão ficar acima e debaixo do corpo sacrossanto de Jesus, mas não puderam tocar nele, porque está escrito: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o Teu Santo veja corrupção” (Salmo 16.10). “Nessa previsão, disse da ressurreição de Cristo: que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu corrupção” (Atos 2.31).

Jesus morreu como qualquer homem, mas seu corpo não passou pela putrefação.

Vamos ver outro detalhe importante: a quem a Bíblia chama, realmente, de “Estrela da Manhã”? Conforme o relato do apóstolo Pedro, refere-se ao próprio Senhor Jesus. Leiamos 2 Pedro 1.19: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis, em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça e a estrela da alva apareça em vossos corações”.

Outra invenção é chamar Satanás de “Lúcifer” ou “Lusbel”. Lúcifer significa “portador da luz” e Lusbel significa “senhor da luz”. Desde quando Satanás é portador da luz ou senhor da luz? Isto é ou não é uma fantasia da cabeça de alguns?

Durante anos Satanás tem recebido da boca dos próprios cristãos uma glória que ele não possui – a de ter sido, um dia, um anjo bom.

É claro que, ele fez algo no céu, uma rebelião. Ele seduziu a terça parte dos anjos celestes, transformando-os em seus seguidores, em demônios.

Ousamos, contudo, dizer que tudo isto estava nos planos de Deus. Deus permitiu que tudo isto acontecesse para que de maneira mais completa fosse manifestada a Sua glória.

Amado irmão ou irmã, aprenda a ler a Bíblia com mais atenção e, o que é melhor, com mais reverência. Jogue para o alto as tradições humanas e a submissão a autoridades humanas e atinja uma nova visão e dimensão do conhecimento bíblico. Escreva para mim. Terei prazer em ajudá-lo a compreender melhor o texto sagrado.

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Nota importante!

Este texto foi retirado do livro “O que a Bíblia não diz, mas muitos pregadores e mestres dizem”, de Paulo de Aragão Lins, edição do autor. Todas as afirmações aqui contidas são de responsabilidade exclusiva do autor. Não compartilho das idéias aqui expostas; apenas reproduzi o texto na íntegra para fins de debate bíblico.
Atenciosamente, pr. Deivinson Bignon.

13 comentários:

Unknown disse...

Deivinson, obrigada pelo comentário de Paulo de Aragão Lins, creio que faz sentido, pela minha reflexão sobre o assunto e até mesmo me perguntando: Deus é Oniciente, Onipresente e Onipotente, mas não conseguia entender porque Ele, simplesmente, não destruiu a Satanás no princípio, certamente evitaria que todos nós passássemos por provações. Pela leitura, agora entendo e, inclusive, já li textos de Isaías que Deus criou o mal como opositor ao bem. Isso me faz lembrar que uma certa vez estava estudando sobre a criação dos partidos políticos e o primeiro partido de direita que surgiu, proporcionou a criação dos partidos de esquerda. É, lógico que Deus não iria destruir Satanás, pois no plano de redenção para a humanidade, Deus também o planejou, até mesmo, porque ao homem foi concedido o livre arbítrio.
Bjs

Deivinson Bignon disse...

Apesar de não concordar com as conclusões a que o autor chegou, é realmente interessante ler a argumentação dele. Vou postar aqui o comentário feito por uma aluna minha do seminário.

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Baseados no texto de Paulo de Aragão Lins, podemos tecer alguns breves comentários sobre a figura de Satanás. É bem verdade, que no que se refere a assuntos teológicos, cada um sempre buscará versículos que venham comprovar suas idéias, linhas de pensamento, conclusões, ... Embora seja uma principiante em assuntos e debates teológicos e ainda não tenha algumas idéias totalmente definidas sobre determinados assuntos, buscarei refutar, pelo meu conhecimento bíblico, algumas idéias do autor.

Uma das primeiras argumentações feita pelo autor é com relação ao ensino tradicional que diz ser Satanás um anjo bom, que vivia no céu, regente de coral e tantas outras coisas. Realmente a Bíblia não diz isso. Porém, também não diz o que afirma o autor: que ele foi criado por Deus, com uma natureza pecaminosa, com objetivos específicos para o mal. Refutando essa idéia, podemos citar Gênesis 1:31 que mostra que Deus criou todas as coisas e viu que TUDO quanto fizera era MUITO BOM. Segundo Berkhof, “A Bíblia dá pouca informação a respeito do estado original dos anjos (...) João 8:44, 2 Pedro 2:4 e Judas 6 pressupõe uma boa condição original de todos os anjos”.

A Bíblia não deixa clara a origem de Satanás e muito menos sobre o que ele fazia no céu e como foi sua queda. A figura da serpente só aparece na queda do homem – Gênesis 3. Podemos dizer se tratar do diabo, em comparação com Apocalipse 20:2-3, 10. Porém, em nenhum momento a Bíblia vai dizer que ele foi criado com uma natureza ruim por Deus, pois Ele tinha propósitos nessa condição ruim de Satanás.

Outro ponto extremamente questionado por Paulo de Aragão, justamente por ser tratar dos dois trechos bíblicos mais usados para se referir à queda de Satanás, é sobre Ezequiel 28 e Isaías 14. Não é minha intenção dizer ou não se essas passagens realmente se referem a Satanás. Gostaria de mostrar apenas uma falta de sentido em uma argumentação que ele faz: Ele alega não ser possível enxergar a figura de Satanás em Ezequiel 28:9, pois se trata de um homem. Logo, sendo Satanás um espírito, não poderia ser ele. Porém, mais à frente ele mesmo vai dizer se tratar de Adão em Ezequiel 28:14. Como? Adão sendo um homem e o texto se referindo a um querubim/anjo, logo, espírito? Não poderia usar tal argumento. Vemos que não existe coerência por parte dele nessa interpretação “bíblica”.

Na questão abordada por ele sobre o parodoxo 1 Crônicas 21:1 e 2 Samuel 24:1, também não enxergo fundamentação, uma vez que se trata de uma diferença entre linguagens, pré e pós exílio; não configurando assim a figura de Satanás como instrumento da ira de Deus. Muitas vezes, ele nos dá a impressão de que Deus precisa de Satanás para realizar alguma coisa. Esse pensamento não condiz com a auto-suficiência de Deus.

Outro argumento que considero sem fundamentação é quando ele diz que Satanás sempre foi mal, desde o princípio. Que princípio? Ele diz ser desde a criação dele. Porém, usando as palavras de Berkoff para minha fundamentação: “Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gênesis. 1:31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em João 8:44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat´arches), e em I João 3:8 diz João que o diabo peca desde o princípio. A opinião é a de que a expressão kai´arches significa desde o começo da história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos”. Mas, pelos versículos, podemos concluir que eles caíram do seu estado original em determinado momento. Logo, foram criados por Deus de forma boa, agradável.

Deus não poderia ser o autor do pecado de forma alguma. A essência de Deus é amor, bondade, perfeição. Ele é Santo – Isaías 6:3, Reto e Justo – Deuteronômio 32:4. A Bíblia não responde a todas as nossas perguntas quanto à origem do mal. Porém, a Bíblia é a revelação de Deus, a Sua Palavra. E Deus se revela em amor, bondade, perfeição, retidão, santidade e jamais poderíamos atribuir a autoria do mal a Deus. “(...) longe de Deus o praticar Ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer a injustiça” Jó 34:10. Dizer que Deus é Santo (Salmo 22:3) e dizer que Ele próprio é autor do mal (seja com que intenção for) seria uma incoerência.

Não podemos usar Deuteronômio 29:29 como muleta espiritual, mas não podemos criar idéias ou responder a algo que nem o Senhor Deus quis nos responder.

Por: Rosemere Baptista do Nascimento

César F. R. disse...

Gostei muito do bom nível dos comentários aqui expostos e realmente as declarações de Paulo Aragão Lins são corajosas e interessantes. Há uma coisa que ninguém prestou atenção aqui. Ao dizer que consideramos sem fundamentação a idéia de que Satanás sempre foi mal, desde o princípio e ao citar João 8:44 quando Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat´arches), nos esquecemos de um ponto importante do versículo de João. Prestem atenção no texto: “Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”. Almeida Revista e Corrigida
A Nova Tradução na Linguagem de Hoje é mais esclarecedora: “Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de vocês quer. Desde a criação do mundo ele foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras”. Nova Tradução Linguagem de Hoje
Se Satanás algum dia foi bom, perfeito, então, alguma dia ele esteve do lado da verdade, certo? Mas o texto é claro ao dizer que além de assassino, “nunca esteve do lado da verdade”. Acredito ser muito interessante prestar atenção no que diz esse texto. Não que Deus tenha criado Satanás com natureza maligna, mas dá a impressão que Satanás assim que começou a existir já começou a pecar, já se decidiu desde o primeiro momento de sua existência que não iria ficar do lado da verdade. Aguardo respostas.

César F. R. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
César F. R. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
simao disse...

Admito que alguns pontos sao interessantes, mas gostaria de me deter em refutar apenas um. Fico a imaginar quem poderia desejar o bem ou a verdade, depois que o proprio Deus o tivesse criado com o proposito de ser mal, vil, mentiroso, habitante das trevas e dotado de toda perversidade, (para tal criatura convenhamos que o arrependimento seria impossivel) lhe pergunto: Por que alguem nesse contexto de existencia seria julgado, pelo mesmo que o criou para ser mal, com base na lei da verdade (qualidade basica de Deus), quando o mesmo nunca provou o bem?
Em JO 16.11 Jesus disse que Satanas estava julgado, A nao ser que a palavra julgamento tenha se esvaziado do seu sentido, nao e possivel conceber o seu emprego a nao ser quando fatos ocorrem contra a lei (neste caso as de Deus).
Lhe pergunto: Como julgar alguem pelos parametros da lei de Deus que e fundamentada na verdade e no amor, se esse alguem nunca experimentou o bem? Seria o mesmo que julgar o grande tubarao branco pelo seu instinto destruidor ou a bomba atomica pela matanca ocorrida.Penso que para confirmar suas ideias seria necessario trocar a palavra julgamento por expulso, neste caso faria sentido, pois Satanas nao necessitaria ser julgado apenas destruido pois nao teria mais serventia. por que Deus julgaria alguem que ele criou para o mal?

César F. R. disse...

Concordo plenamente com vc Simão, só acho bem interessante a forma como o Paulo de Aragão Lins explana sobre Satanás. Mas, infelizmente, tenho visto que este renomado teólogo, profundo conhecedor das Escrituras Sagradas é na verdade um herege. Não somente pelo o que ele fala a respeito da Satanás, mas também por negar a Trindade, a Divindade de Cristo e apregoar outras heresias. Leiam o artigo que ele escreveu intitulado "A Ciência do Altissimo" e tirem suas conclusões, acessem http://www.webartigos.com/articles/12430/1/a-ciencia-do-altissimo/pagina1.html

Daril Simões disse...

É um texto interessante. Creio sua melhor afirmativa é que nós evangélicos desconhecemos muito a Bíblia, pois nos apegamos a tradições. Estou de pleno acordo. Tem a história dos dízimos, por exemplo, que o apóstolo Paulo e o Novo Testamento desconhecem totalmente, mas essa é outra história.
Com relação ao teu texto eu diria que assim como a teoria que ele contesta também é pura congectura. Não há texto e contexto que tragam certeza sobre o assunto.
Uma coisa é certa: Deus fez suas criaturas,(todas), com livre-arbítrio. Isso é o mesmo que dizer que qualquer uma delas em qualquer esfera de espiritualidade ou tempo poderíam deixar à Deus se quisessem. Isso vale para qualquer um dos anjos no passado, presente ou futuro.
Um abraço fraterno,

Unknown disse...

Sou recém chegado a este abençoado blog. Por graça de Deus,leciono em um Seminário bíblico e achei de muito bom senso o comentário acerca de "A Bíblia não diz que Satanás foi um anjo de luz e depois caiu",de Rosemere Baptista do Nascimento (postado por Deivinson Bignon - que também aprecio).
Careço de informações mais detalhadas acerca do assunto (e de outros). Assim, além de colher informações no blog, gostaria ainda de ter o endereço de Email desses servos do Senhor para, se possível, contatos mais constantes alusivos a assuntos bíblicos.
Aguardo.

Muito Grato,
Em Cristo.

Pregador Lucas Junior disse...

Querido, GOstaria de tirar uma duvida. Satanás eLe nao pode ter sido um anjo de luz, pq Deus nao criaria uma metamorfose, já que satanás nao pode ter sido um anjo bom e depois ter tornado-se em um anjo mal, COmo explicar entao, a afirmação de que os anjos maus vieram a ser demonios ?
Se eles podem sátanas tambem pode.

ME TIRE ESSA DUVIDA PELO EMAIL. lucas.jr.92@hotmail.com

simao disse...

Caro Lucas, peco a vc que releia meu comentario, pois acredito que talvez nao o tenha entendido. Parto do principio que nos somos mutaveis sim, assim como os seres celestes aprendem de Deus e de nos, pois o apostolo Paulo afirmou que fomos colocados como que espetaculo diante dos anjos e dos homens, e que tb atraves da igreja seria conhecida a multiforme e graca de DEUS diante de principados e potestades. portanto meu comentario cela minha visao pessoal de que Deus criou tudo bom e agradavel inclusive os anjos, mas assim como o homem escolheu no edem, assim satanas tb escolheu a parte ma. desculpe a falta de acentos isso se da pelo meu teclado em formato ingles.

Unknown disse...

Este estudo é uma maravilha do Céu,obrigado pelo conteúdo meu Pastor e que o senhor te abençoe. Grato: Altenir Silva; Bacharel em Teologia, e cursando o primeiro ano de Mestrado em Escatologia bíblica.

Unknown disse...

Cara isso tudo ai que vc falou e muito confuso prefiro nao acreditar em nada disso.

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