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Meu DVD de mensagem!

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quinta-feira, 26 de março de 2009

CAIR OU NÃO CAIR DA GRAÇA?




É possível ao crente perder a salvação? Saiba o que a Bíblia fala sobre este assunto ainda muito polêmico.


Pr. Deivinson Bignon

“E seja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus: e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim confirma a obra das nossas mãos” (Salmo 90.17).

Para entender bem a questão sobre o cair da graça, primeiro, precisaremos conhecer qual o significado bíblico da palavra “graça”. No texto bíblico acima transcrito, o salmista clama a misericórdia do Senhor, confiante em que Ele confirmará, ou seja, julgará com clemência todo o seu proceder. Entretanto, este não é o único significado possível para a palavra graça.


1. Os significados da palavra “graça”

Segundo os melhores dicionários bíblicos, a palavra “graça” possui até oito significados: (1) O amor de Deus que salva as pessoas e as conserva unidas com ele (Salmo 90.17; Efésios 2.5; Tito 2.11; 2Pedro 3.18); (2) A soma das bênçãos que uma pessoa, sem merecer, recebe de Deus (Salmo 84.11; Romanos 6.1; Efésios 2.7); (3) A influência sustentadora de Deus que permite que a pessoa salva continue fiel e firme na fé (Romanos 5.17; 2Coríntios 12.9; Hebreus 12.28); (4) Louvor; gratidão (Salmo 147.7; Mateus 11.25); (5) Boa vontade; aprovação; mercê (Gênesis 6.8; Lucas 1.30; 2.52); (6) Beleza (Provérbios 31.30); (7) Bondade (Zacarias 12.10); e (8) De graça, sem pagar (Gênesis 29.15; Mateus 10.8).

No período da Lei (Antigo Testamento) a graça era manifestada pela benevolência de Deus concedida aos homens; mas, no período neotestamentário, a graça é manifesta em Jesus Cristo em toda a sua plenitude: imparcial, ampla e irrestrita; com o perdão de pecados, para a salvação eterna – “E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça” (João 1.16).

Em resumo, isto é a graça: a total remissão dos pecados obtida por Jesus Cristo, na cruz do Calvário.

“E quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Colossenses 2.13,15).

Temos no texto bíblico acima um detalhe muito importante. Jesus riscou a cédula, ou seja a Lei; tirando-a do meio de nós e cravando-a na cruz (Ele a matou). Logo, tudo que se fizer em nome de Jesus tem que se fazer em função do amor e motivado pelo amor, e não submeter-se à injunção da Lei. Sobre este ponto, o apóstolo Paulo foi claríssimo ao dizer: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa, ou o sino que tine [...] nada disso me aproveitaria” (1Coríntios 13.1,3).

Na época da Lei, muitas coisas eram cobradas; na graça são cobrados somente o amor e o perdão, pois Jesus no resgatou de todas as cobranças da Lei. A espinha dorsal do Evangelho é amar e perdoar, pois quem ama perdoa, e só perdoa quem de fato ama –“Se pois o Filho vos libertar , verdadeiramente sereis livres” (João 8.36).


2. Os significados da expressão “cair da graça”

A Bíblia deixa claro que o sacrifício de Jesus é soberano para a salvação e que a Sua misericórdia é infinita; desde que o arrependimento do pecador seja sincero e verdadeiro, Ele jamais desprezará quem quer que seja (João 6.37).

Deste modo, cair da graça é colocar liturgias, dogmas, preceitos ou conceitos eclesiásticos; doutrinas, tradições, costumes e práticas da Lei como fundamentais para a salvação; é prevaricar com a graça. Nas palavras do pastor Caio Fábio, “cair da graça é crucificar a Cristo outra vez”. Se não fosse assim, o apóstolo Paulo não teria proferido: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gálatas 5.4).

Levando em conta o amor de Deus, o qual motiva a Sua graça, cair da graça também é descuidar do próximo, não só daquele que estando necessitado compartilha conosco o mesmo caminho (a mesma fé); porém, muito mais daquele que está afastado da igreja; à margem do caminho; por igreja refiro-me ao corpo místico de Cristo (Lucas 10.25-37).
Quem descuidar ou desprezar um próximo seu, assim o estará fazendo ao Senhor, que disse: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes (socorrestes) a um destes meus pequeninos irmãos a mim o fizestes” (Mateus 25.40).

De que adianta ser sarado, ser liberto, ser próspero, estar de bem com a vida, e com esta vida, e estar nas fileiras de uma igreja rica e abastada, se com todos estes recursos não se investir em socorro aos necessitados?

“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquietai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito daí virá? Assim também é a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tiago 2.14-17).

Isto é cumprir a Lei de Cristo: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6.2).


3. A perseverança na fé é garantida por Deus!

Alguns grupos teológicos, os quais eu respeito muito, entendem que o cair da graça se refere à perda da salvação mediante a não perseverança dos santos. Como este ainda é um assunto que se mostra polêmico ao longo de tantos séculos de discussão teológica, o meu intuito com este texto não é atear mais lenha na fogueira, mas contribuir biblicamente para a compreensão da questão.

Jesus disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai” (João 10.27-29).

Essas palavras de Jesus levantam uma questão importante: é possível alguém que é salvo sucumbir e perecer eternamente? Um cristão pode “cair da graça” e se perder? Segundo a minha interpretação, a resposta de Jesus foi clara e direta. Suas ovelhas receberam vida eterna e esta bênção jamais pode ser perdida, pois não depende das ovelhas, mas do pastor que a concede a elas. Ele as tem em Sua mão e jamais podem perecer. Deus as tem em Sua mão, de onde jamais podem ser arrancadas.

Mas Jesus não diz, quando faz menção ao julgamento do Seu povo, que “aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 10.22)? Ele não diz, “Permaneçam em mim” (João 15.4); e também, “Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados” (João 15.6)? Nós não somos encorajados a perseverar na fé até o fim? A resposta é, certamente, “sim”. Nós também nos unimos firmemente a Cristo. Mas agimos assim porque ele operou a fé em nós, nos deu vida eterna e nos firmou pelo poder dessa vida que precisa resistir até o fim. Jesus nos mantém e preserva e assim nós resistimos até o final e somos salvos. Essa é também a obra da graça de Deus sobre as suas ovelhas. Se a fé de uma pessoa é baseada em sua própria decisão, essa pessoa está sempre sob risco de mudar a sua decisão. A mim parece que ensinar que o nosso apego a Ele ou à nossa persistência na fé é a causa da nossa perseverança final, é ensinar no fim das contas que a salvação é obra do homem. Este pensamento é presunçoso e contrário às Escrituras (Efésios 2.8,9).

Mas e com respeito aos nossos pecados? Quando caímos no pecado, não caímos da graça? Caso fôssemos deixados por nós mesmos, certamente iríamos cair da graça e perecer. Pedro, que negou o seu Senhor, certamente teria perecido, assim como todos nós. Foi a graça que o manteve. Tal como Jesus testificou a Pedro mesmo antes da sua negação, “Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lucas 22.32). A visão penetrante de Jesus trouxe à lembrança a Sua palavra a Pedro, e através dela Jesus converteu seu coração (Lucas 22.61) e operou arrependimento. Jesus guarda as Suas ovelhas, vai atrás quando elas se dispersam e as direciona. Porque Ele nunca as deixará, não podem perecer.

E quanto àqueles que não perseveram em Cristo? A Bíblia tem resposta: na verdade, eles nunca de fato estiveram nEle – “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1João 2.19). Eles pareciam estar na videira como ramos de Cristo, eram membros de aparência na igreja, mas estavam mortos, nunca obtiveram vida através dEle, pela fé. Eram descrentes. Jesus ensina isso na parábola do Semeador, a respeito da semente que logo brotou no solo pedregoso. Ele diz acerca destes, “… ouvem a palavra e logo a recebem com alegria. Todavia, visto que não têm raiz em si mesmas, permanecem por pouco tempo” (Marcos 4.16-17). Eles não tinham a raiz da fé para a salvação.


4. As boas obras produzem apenas galardões

Já que as obras humanas nada aproveitam para a salvação, por qual motivo, então, a Bíblia dá tanta ênfase às boas obras? Todos os grupos que professam uma teologia genuinamente cristã concordam que a doutrina dos galardões nada tem a ver com a salvação, mas com a premiação celestial à igreja triunfante (Apocalipse 22.12). Além do mais, as obras servem apenas para testificar publicamente a fé que o salvo por Cristo já possui (Tiago 2.14-26). É por isto que a Palavra de Deus tanto enfatiza as obras do crente.

Assim, até mesmo as boas obras que realizamos e que Deus recompensa são graciosamente dadas a nós, porque a Bíblia afirma que Deus opera em nós tanto o querer como o realizar a Sua boa vontade (Isaías 26.12; Filipenses 2.13). Portanto, somos devedores a Deus até mesmo por nossas boas obras!

Nunca, sob quaisquer circunstâncias, merecemos algo de Deus – graça significa justamente isso! Nem mesmo Adão, antes de cair, poderia ter merecido algo da parte de Deus. Toda a idéia de mérito humano é contrária às Escrituras, seja para adquirir ou manter a salvação ou mesmo para receber algum galardão espiritual ou bênção material. O galardão que recebemos também nos é dado pela graça. Cada um receberá um galardão inteiramente justo, ajustado e apropriado.

Portanto, a Bíblia deixa claro que entusiasmo intelectual e emocional não são sinônimos de fé para a salvação, pois muitas pessoas que se basearam nestes sentimentos apostataram da fé. Aqueles que possuem a fé para a salvação só a possuem porque a receberam de Deus (Tiago 1.17). As boas obras humanas testificam publicamente que o crente é salvo e é o critério de Deus para a distribuição dos galardões à Sua igreja triunfante, mas essas obras não podem produzir ou manter a salvação individual, pois esta é operada exclusivamente pela graça de Deus. As Escrituras mostram que é pela graça somente que somos preservados até o final.

Diante de tudo o que vimos, surge uma pergunta muito importante: você ainda permanece em Cristo?

Paz e bênçãos...

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